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Capelas de Santa Narta



Fazer história isto é, consolidar o conhecimento de todo o património religioso existente na freguesia foi a primeira tarefa dos autores movidos pela curiosidade para dar uma visão total.

O testemunho de vários santamartenses e a documentação disponibilizada pelo Sr. Pde. João Cunha Viana  tornaram possível este trabalho de que muito nos orgulhamos.

A todos o nosso muito OBRIGADO.

 

 

 

Capela de Santa Tecla

 

Capela de Santa Tecla fica no lugar de Samonde e é comum da freguesia.

Não houve nome mais celebre na antiguidade cristã dizer duma mulher que era outra ora reconheceu-lhe as mais elevadas virtudes. ( Século I. Tecla) É venerada pela Igreja em 23 de Setembro.

A capela cuja construção recua ao século XVI que servia à época para culto e veneração da Santa Tecla quando Samonde foi villa foreira de gente de condição humilde.

Dizia Bento Alves Fernandes na informação ao reveríssimo Arcebisto em 30 de Dezembro de 1758 que a capela estava muito bem conservada e nela se podia celebrar missa.

Hoje, como outrora, continuam os fieis a adorar a Santa onde todos os Sábados é celebrada missa vespertina e no primeiro Domingo de Junho realiza-se a festa em sua honra.

É notório, o rústico tradicional que combina harmoniosamente as alvenarias dos granitos que materializam os cunhais, ombreiras, padieiras e cornijas, com as paredes brancas de areado que cobrem sólidos blocos de granito e xisto. Sempre foi preocupante a conservação da capela trazendo à evidência a sua renovação que, têm sido várias ao longo dos anos. Nas últimas obras foi colocado um relógio para anúncio das horas no referido lugar.       

No interior destaca-se o Altar-Mor com a imagem de Jesus Cristo ladeada por S.ta Tecla e S.ta Luzia do lado Poente temos o altar da Senhora de Lurdes. O coro com varandim e escadas a evidenciar o trabalho da marcenaria da freguesia.

A sacristia é de dimensões razoáveis com porta para o exterior.

O adro além do cruzeiro tinha um coreto para actuação das bandas de música (foi destruído em 2002 para alargamento do adro) e é todo calcetado com pedra da região.

A actual zeladora é a família do Sr. António Araújo (Janeiro) .

 

 

 

 

 

 

 

 

Nossa Senhora da Boa Nova

 

Há registos de uma Ermida no lugar da Romé da Nossa Senhora da Boa Nova que foi seu administrador Luís Gomes Abreu fidalgo da casa real, senhor da quinta de Santo António.

Desta Ermida não há vestígios

Há registo no ADB do ano 1640

 

 

 

Capela da Nossa Senhora da Estrela

( Quinta da Estrela)

 

 

A capela de Nossa Senhora da Estrela fica no lugar da Romé a sul da estrada nacional no caminho ladeado pela capela de Santo António.

A quinta da Estrela foi cabeça de morgado, por um vínculo instituído em testamento de 5 de Julho de 1700 por Inês de Magalhães Pereira, em favor de seu sobrinho Paio Gomes de Caldas, capitão de Infantaria.

Paio Gomes de Caldas era filho de Lourenço Pereira de Caldas e de D. Andreza Pereira de Passos. Casou a 4 de Outubro de 1710 com Francisca Josefa de Sousa Sotomayor filha de Félix da Rocha Barbosa e de D. Maria de Sá Sotomayor senhores da quinta da Carneira em Santa Marta.

Em 14 de Novembro de 1717 Paio Gomes de Caldas fez requerimento ao Ilustríssimo Bispo para que o autoriza-se a construir uma capela encostada à quinta da Estrela porque passava a maior parte do ano na quinta com a sua família e que poucas vezes ouvia missa porque a Igreja ficava longe e no Inverno o caminho era ruim e sua mulher muito achacada.

Foi autorizada a construção em 10 de Outubro de 1723 depois de longa negociação sobre o dote da "fabrica" e de todos os aparamentos para o culto.

Paio Gomes de Caldas faleceu em 30 de Janeiro de 1730 e foi procurador dos senhores da quinta da Preguiça.

António Barbosa Pereira abade de São Pedro de Deão (desde 4-10-1709) e irmão de Paio Gomes de Caldas diz que mandou fazer a capela em 1724

Em 1758 era seu administrador António José Pereira de Magalhães Caldas, ( filho de Paio Caldas) senhor da quinta da Estrela casado com D. Maria Jacinta de Sousa Brito e Castro. António Caldas faleceu em 29 de Março de 1801 e foi sepultado na capela.

Sucedeu sua filha D. Francisca Antónia de Sá Sotomayor que casou em primeiras núpcias na capela em 12 de Abril de 1779 com Francisco Pinto Barbosa de Araújo Correia e em segundas núpcias em 8 de Setembro de 1799 também na capela com Francisco António Pereira Pinto de Araújo e Azevedo.

Sucedeu a Dona Francisca sue filho mais novo, José Pinto de Araújo Correia, nascido a 19 de Dezembro de 1783 e falecido a 2 de Novembro de 1863, sucedendo-lhe o seu sobrinho, Casimiro Pinto de Araújo Correia, o qual morreu muito cedo mas deixou uma filha reconhecida, Casimira Pinto Correia, que casou com José de Melo da Gama e Vasconcelos. Seu filho, José Casimiro, ficou senhor da capela por herança que mais tarde vendeu ao senhor Valdemar Cunha que por sua vez vendeu ao actual proprietário.

Não podemos comentar, como era nossa intenção, esta capela devido à sua localização ser intermuros da quinta mas é visível a beleza das pirâmides colocadas nos cantos e o brasão.

Esta capela continua propriedade privada.

Não conhecemos registos de festas e outras celebrações além das mencionadas.

 

 

 

Capela de S.to António

(Quinta S.to António / Quinta do Bacelo)

 

A capela de Santo António fica no largo da Carvalheira no lugar da Romé.

Dos documentos analisados a data disponível é de 1692 quando foi instituído o morgadio, da Capela de Santo António a favor de Luís Gomes de Abreu sucessor já na quinta geração que foi pertença da família Abreu. Por morte de António Gomes de Abreu que não deixou herdeiros e segundo a lei vigente obrigava a viúva a restituir a casa ao herdeiro representante da família João Correia de Sá . Foi este fidalgo que vendeu a quinta com a capela ao Sr. Manuel Parente Ferreira que por sua vez vendeu metade ao Sr. Parente Ribeiro. A outra metade foi herdada pelo Sr. Arnaldo Parente Ferreira que mais tarde vendeu às suas irmãs Elvira Parente Ferreira e Dores Parente Ferreira que por morte desta herdou a sua filha Maria das Dores Ferreira de Carvalho casada com o Sr. Manuel José Ferreira de Oliveira, actual proprietário.

Temos o granito a marcar a beleza da fachada com toda a arte da época da construção, como prova o brasão. Nos restauros exteriores é evidente a preocupação de conservar a capela na sua época e destacamos no visual das madeiras da porta determinando o belo estilo.

Já no interior não houve a mesma intenção e de nada agrada a qualidade do piso colocado acentuando a descaracterização primitiva. O altar-mor é fabuloso, de talha dourada. O tecto de madeira, o púlpito, o coro e a sacristia assim como as entradas na capela com acessos da quinta e da via pública provam a preocupação do seu fundador em dar conforto aos fieis.

No ano de 1870 o Culto Divino da freguesia era nesta capela devido ás obras de reconstrução da Igreja Paroquial.

No inicio do século XX esta capela esteve ligada a algumas curiosidades dos seus moradores como transportar a imagem ao colo da igreja para a capela e realizaram uma procissão sem a presença do Padre.

Na última década tem-se realizado a festa do Santo no seu dia (13 de Junho) por uma comissão local. Nesta festa além da sardinha assada faz parte do menu o famoso arroz doce de Santa Marta tal como a D. Rosinha Silva o confeccionava e servia

 

 

 

Capela da Nossa Senhora do Pilar

(Quinta da Preguiça / Quinta da Faúlha)

 

 

A capela da Nossa Senhora do Pilar fica no lugar de Talharezes ao lado da antiga estrada hoje rua de Talhrezes.

A quinta da Preguiça foi fundada por Pedro Rodrigues Moreira pai do Padre João Antas de Puga, que no ano de 1681 instituiu o vinculo e no documento respectivo diz que foi quem reedificou a capela da Senhora do Pilar. Deduzimos que a capela já existia em 1681.

Em Agosto de 1681 o Padre João Antas de Puga, concluídas que foram as obras de reedificação requer licença para o culto na capela, juntando uma escritura de dote para a "fabrica" da mesma. Após informação favorável do delegado a licença foi concedida pelas autoridades eclesiásticas a 18 de Fevereiro de 1682.

O aspecto da capela renovada ficou como o que hoje existe. O frontispício só é visível do terreiro da quinta. Com o caminho confina a fachada lateral onde se encontra uma janela que se pode ver para o interior que contrariamente ao seu exterior o espaço interior da capela apresenta um recheio em artes decorativas. É de relevar o retábulo-mor em talha dourada e os dois Serafins a ladear a imagem da Senhora do Pilar.

O piso foi descaracterizado da sua origem primitiva e a sacristia é ampla.

Na época o portal estava aberto para quem queria orar na capela fossem residentes ou transeuntes da referida estrada.

Em 4-12-1691 o Padre João Antas de Puga constituiu seu herdeiro por testamento Vicente Pereira Jácome do Lago seu sobrinho ilegítimo filho de Nicolau Moreira Barbosa Pereira.

O Padre João Antas de Puga faleceu em 9-12-1691 e foi sepultado na capela conforme seu pedido.

Nicolau Moreira Barbosa Pereira irmão do Padre João Antas de Puga foi quem sucedeu na administração da quinta e da capela conforme lei na época. Como administrador da capela fez vários melhoramentos mas em 1723 teve um conflito com o visitador desse ano não o autorizando a visitar a capela por entender que era resultado de inimizade do reitor para com ele.

Em resultado a capela foi suspensa do exercício do culto até nova visita. Em 1724 Nicolau Moreira fez uma exposição ao Sr. Arcebispo a justificar a sua ideia e solicitou nova visita por um pároco vizinho e não o reitor Dr. Paulo Correia e o cónego Manuel da Costa Taveira por serem primos e amigos. Foi nomeado para visitar a capela o abade da Meadela Dr. João Barros Lima que em 1726 declarou que a capela tinha todas as condições para se poder celebrar.

Nicolau Moreira faleceu em 11-1-1732 e foi sepultado na capela não deixou testamento nem descendência legítima. Passou a sucessão à linha de seu tio Manuel Puga de Sá que viveu em Lisboa assim como o seu filho Dr. José de Puga de Antas e seu neto Lucas António Puga que se ausentou para Luanda em 1708 onde em 1720 casou com D. Ana da Cunha Azevedo. Em 1758 estava em serviço no Brasil e na quinta da Preguiça dizia-se que Lucas António Puga era seu administrador.

Em 1755 a capela beneficiou de obras na porta , janela, forro da sacristia e caiar as paredes interiores.

A mulher de Vicente Pereira Jácome do Lago, D. Francisca Maria faleceu em 19 de Agosto de 1761 e foi sepultada na capela.

Em 1768 novas obras para tirar a tribuna que existia para os fidalgos ouvirem missa e abrir o portão que alguém tinha fechado. Por requerimento do administrador foi autorizado a que o portão continua-se fechado.

Foi por estes anos que a quinta foi usurpada dividindo-a a meio por um muro pelos seus caseiros e procuradores e que Amaro José da Silva Antas bisneto de Lucas A. Puga quando veio de Luanda depois de servir o seu Rei e o seu país durante vários anos para tomar posse das suas propriedades não conseguiu ficar com a parte da quinta onde está a capela porque um feitor já a tinha vendido a uma família alcunhada de Faúlha nome por que ficou a ser conhecida.

Nos anos sessenta a capela sofreu um acidente no Altar-Mor que foi reparado pelo criador da Vela Votiva Álvaro Sales .

Não se conhecem registos de festas nesta capela.

Actualmente a capela é propriedade do Sr. António Quitério

 

 

 

Capela da Nossa Senhora da Lapa

(Quinta da Sr.a do Rosário)

 

A capela da Nossa Senhora do Lapa está situada no lugar de Talharezes na Quinta da Senhora do Rosário.

As proprietárias da Quinta da Senhora do Rosário mandaram construir a capela da Senhora da Lapa com dinheiro que recebiam do Brasil para que o irmão, padre Lima, pudesse celebrar missa pelo ano de 1775.

Após a morte das senhoras a quinta passou para o Sr. Ribeiro que era caseiro. Por morte

da sua mulher deu de herança metade da quinta a qual tinha a capela ao seu filho Aurélio Fernandes Ribeiro que vendeu ao Sr. José Domingos Parente(Americano) emigrante nos Estados Unidos através do seu representante o Dr. Ramos de Samonde em 1930.

Como a capela estava muito pobre apenas tinha a imagem da Sr.ª da Lapa o Sr. José Parente comprou o Altar-Mor de uma capela em ruínas em Refoios e ficou com mais duas imagens a de Nossa Senhora do Rosário e a de São Gonçalo.

Toda de granito a parte exterior é aparatosa e imponente e está o seu interior povoado de magnificas composições de talha dourada. As paredes tem janelas simétricas convertendo a iluminação do templo numa nova emoção. O coro e a sacristia satisfazem as necessidades dos fieis.

A Dona Iria Parente casada com Adriano Gonçalves Corvo Parente é a actual proprietária por herança do seu tio a qual tem conservado muito bem a capela assim como o seu adro com quatro oliveiras.

Não temos conhecimento de qualquer festa realizada nesta capela mas tem tido missas cantadas, casamentos e muitos baptizados.

 

 

 

Capela de Nossa Senhora da Silva Escura

(Quinta da Insuela / Quinta da Silva Escura)

 

Capela da Nossa Senhora da Silva Escura situa-se no lugar de Portuzelo a sul do Souto da Silva e é dos meados do século XVIII.

A capela foi edificada pelo Padre José Lopes da Silva filho de António Lopes da Silva, mercador, e fundador da quinta da Insuela. 0 Padre José Lopes da Silva foi abade da freguesia da Silva Escura, no actual concelho da Maia que curiosamente escolheu para titular aquela invocação, inspirada no nome da paróquia e num dos seus apelidos.

Em 1758 era o seu administrador.

É o granito que materializa toda a fachada que nos prende a atenção pelas molduras das cornijas e da forma como o granito está trabalhado.

Podemos afirmar que é um bom exemplar do barroco, cujo retábulo nunca chegou a ser dourado.

Esta capela precisa de obras de beneficiação devido ao seu estado degradado.

Na década de 70 foram realizadas algumas festas em honra da Senhora da Silva por uma comissão do Souto da Silva.

A capela continua como propriedade privada do Sr. José Luís da Costa Barros casado com a Sr.ª D. Angelina do Sameiro Azevedo de Viana do Castelo.

 

 

 

Capela da Sra. Do Carmo

(Castelo de Portuzelo)

 

A capela da Senhora do Carmo é muito pouco conhecida porque além de privada fica dentro do Castelo de Portuzelo à qual os Santamartenses não tem acesso por imposição dos seus proprietários.

De todos os registos conhecidos pode-se dizer que a capela foi construída em 1853 pelo fidalgo António Pereira da Cunha ilustre Poeta e prosador.

 

 

 

Capela do Senhor dos Passos

(Casa Sales)

 

A capela do Senhor dos Passos fica no largo com o mesmo nome no lugar de Santamartinha .

Foi construída pelo o Calisto (trisavô do actual proprietário: Passos Sales) em 1884.

O Calisto trabalhava em Lisboa aquando da Revolução Francesa e como os soldados Franceses tudo roubavam o Calisto escondeu a imagem do Senhor dos Passos no meio da caruma da padaria onde trabalhava. Quando regressou à terra trouxe consigo a imagem e logo construiu uma capela em madeira para mais tarde passar a construção definitiva tal hoje se encontra.

Capela toda de granito, exteriormente exibe uma decoração que se integra no barroco de onde se destaca o arco abatido da porta a cornija triangular que remata com a cruz ladeada pelas imagens da Sra. da Conceição e S.to António.

No interior fazemos referência ao Senhor dos Passos e às imagens da Sra. da Agonia, S.ta Clara, S.ta Zita e Menino Jesus.

Realiza-se todos os Domingos de Ramos a procissão do Senhor dos Passos com sermão de encontro no referido largo. Esta procissão em tempos era no Domingo de Pascoela onde se faziam rebentar fortes morteiros que ainda hoje existem na Casa Sales.

Esta capela é propriedade da Casa Sales e responsável pela sua conservação.

 

 

 

Capela do Senhor da Boa Sorte

(Fonte Grossa)

 

 

A capela mais recente da freguesia é a do Senhor da Boa Sorte que fica no lugar da Fonte Grossa.

A capela é muito pequena foi construída pelo Sr. Francisco José Mota do mesmo lugar e foi inaugurada no dia 1 de Janeiro de 1976.

A construção é de materiais comuns e da época como o tijolo, cimento, com portão de ferro envidraçado sem referência arquitectónica mas com muita devoção dos seus fieis.

É zeladora desta capela a Sr.ª D. Maria Rosa Azevedo (Rosa Migalhas) .

 

 

 

 

 

Capela de São Lázaro

(Santa Marta de Portuzelo)

 

 

A última capela construída na freguesia é a de S. Lázaro.

A capela está anexada há casa do adro da comissão fabriqueira a qual foi responsável pela construção e serve de casa mortuária na freguesia.

Foi benzida em 28-12-1997

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